Polícia realiza operação contra cassino online ilegal de grupo ligado ao contraventor Adilsinho
Polícia faz operação contra cassino ilegal Policiais civis da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) deflagram...

Polícia faz operação contra cassino ilegal Policiais civis da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) deflagram, na manhã desta quinta-feira (16), a "Operação Banca Suja" para desarticular uma organização criminosa que explora jogos de azar on-line, comete fraudes contra apostadores e já movimentou mais de R$ 130 milhões em apenas três anos. Ao todo são cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e bloqueios de contas no total de R$ 65 milhões. As ações ocorrem no Recreio, Zona Sudoeste do Rio, e na Baixada Fluminense, principalmente em Duque de Caxias. Alguns dos alvos desta quinta também são investigados, junto a Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, em inquérito contra a máfia dos cigarros. Grupo também tinha conexão comercial com Primeiro Comando da Capital (PCC). Adilsinho não é alvo das buscas, mas a DCOC-LD tenta entender as conexões dos envolvidos e dos negócios com o contraventor. Segundo as investigações, as apostas eram manipuladas e os apostadores vítimas de golpes. "Aquele responsável pela plataforma manipula o jogo e a pessoa de boa-fé bota o seu dinheiro. Na verdade, aquele jogo que seria com uma chance pequena de ganhar, na verdade, é só perder. É um jogo de perde ou perde. A pessoa perde todo o seu dinheiro na esperança de que conseguiria ganhar alguma coisa naquele cassino online", explica o delegado Vinícius Lima. Em nota, a defesa de Adilsinho negou que ele tenha qualquer envolvimento no esquema e disse que confia na Justiça e que inocência dele será comprovada. Transferências levantaram suspeita As investigações começaram a partir da análise das movimentações financeiras da empresa One Publicidade e Marketing Digital Ltda, conhecida como “Palpite na Rede”. A Polícia Civil identificou uma rede de transferências milionárias suspeitas entre contas vinculadas ao cassino online — tanto de pessoas físicas quanto jurídicas — e empresas de pequeno porte sem lastro financeiro compatível. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça De acordo com o inquérito, o site e as redes sociais da Palpite na Rede promoviam, de forma ostensiva e pública, atividades ilícitas como cassinos virtuais e outros jogos de azar, práticas consideradas contravenções penais pela legislação brasileira. A empresa também não consta na lista de operadores autorizados pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda. Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho Reprodução/TV Globo A decisão da Justiça, que levou em conta o relatório policial e o parecer favorável do Ministério Público, ressalta que as apostas podem estar “ligadas à exploração do jogo do bicho e outros jogos de azar”. O documento ainda aponta que a empresa, fundada em junho de 2023 e sediada em Duque de Caxias, declara atuar no ramo de consultoria em publicidade e marketing. Entretanto, dezenas de reclamações em sites especializados relatam problemas relacionados aos jogos oferecidos pela plataforma. Os investigados também são suspeitos de manter ligações com uma fábrica clandestina de cigarros desmantelada em julho de 2022, em Duque de Caxias, onde 23 trabalhadores paraguaios foram encontrados em situação análoga à escravidão. Um deles é investigado por ter sido identificado como contador de quatro empresas alvos do inquérito onde se apura a existência de uma organização criminosa liderada por Adilsinho, a "Banca da Grande Rio”, que estaria ligada a diversos crimes, em especial, o comércio ilegal de cigarros. Transações suspeitas De acordo com o inquérito, o esquema revelou uma estrutura criminosa complexa, responsável por movimentar cerca de R$ 130 milhões entre contas de pessoas físicas e jurídicas ao longo de três anos. Entre os alvos da investigação está a empresa AGR Distribuidora de Bebidas, que, em pouco mais de um ano, movimentou R$ 36 milhões — parte desse valor em espécie e de forma fracionada, estratégia comum em operações de lavagem de dinheiro. As apurações apontam ainda que a AGR Distribuidora transferiu mais de R$ 500 mil para a empresa Bettr Filters Filtros para Cigarro Ltda, da qual é sócia a Burj Administração de Imóveis, Investimentos e Participações Ltda. A Burj é administrada por Willian Barile Agati, conhecido como “Concierge do Crime Organizado” e investigado por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Veja os vídeos que estão em alta no g1