Corpo de PM baleado no Morro do Trem é enterrado; irmã diz que agente tinha medo de morrer em operação
Kelvynton de Oliveira Vale, de 48 anos, foi atingido durante ação do 41º BPM. Ele tinha 24 anos de corporação. Corpo de PM que morreu baleado no Morro do T...

Kelvynton de Oliveira Vale, de 48 anos, foi atingido durante ação do 41º BPM. Ele tinha 24 anos de corporação. Corpo de PM que morreu baleado no Morro do Trem é velado e será enterrado neste sábado O policial militar Kelvynton de Oliveira Vale, de 48 anos, que morreu na manhã desta sexta-feira (11) após ser baleado durante uma operação do 41º BPM (Irajá), no Morro do Trem, em Vila Kosmos, tinha medo da violência do RJ, segundo sua irmã. O corpo de Kelvynton foi enterrado neste sábado (12), em Paciência, Zona Oeste do Rio. Dezenas de parentes e amigos participam da última homenagem ao PM. Segundo Kelly Cristina Vale Vilela, o militar costumava dizer que temia morrer durante alguma operação policial. “Às vezes ele falava: ‘Irmã, eu tenho muito medo de morrer’. Ele falava isso várias vezes”, disse. Kelly Cristina Vale Villela irmã do PM Kelvynton Oliveira Reprodução/TV Globo Kelly destacou que o irmão gostava de atuar na Polícia Militar do RJ. “A única coisa que eu quero fazer pelo meu irmão é deixá-lo partir em paz, porque foi o propósito dele. Atuar na PM foi o propósito dele. O meu irmão é o maior orgulho meu, da minha mãe, do meu pai, do filho e de Deus. Eu tenho certeza que Deus o recebeu de braças aberto, porque ele foi o nosso herói”, completou. Kelvynton seria homenageado na próxima segunda-feira (14), no 41º BPM (Irajá), por ser um dos melhores policiais do batalhão no último semestre. Ato de bravura O policial ficou conhecido por um ato de bravura em abril de 2020. Durante uma operação na Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio, ele socorreu um colega ferido, carregando o policial nas costas até um local seguro. O gesto lhe rendeu uma promoção a sargento. Salvo por Kelvynton, porém, o terceiro-sargento Marco Antônio Matheus Maia acabou morrendo ano passado, em dezembro, baleado por criminosos na Favela do Quitungo, em Brás de Pina. Amigos e companheiros de batalhão descreveram Kelvynton como um policial experiente, comprometido e respeitado pela tropa. Após ser baleado nesta sexta, ele foi socorrido pelos próprios colegas e levado ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas já chegou à unidade sem vida. Sargento Kelvynton Oliveira Vale, do 41º BPM, morreu em operação no Morro do Trem Reprodução/ Redes sociais Nas redes sociais, Fabiana Valentim de Siqueira, esposa do militar, compartilhou a última troca de mensagens com o companheiro antes de ele ser baleado. Em uma das mensagens, Fabiana escreveu: “Bom trabalho e que Deus te proteja”. Em resposta, o policial enviou uma foto de si mesmo já dentro da comunidade onde a ação ocorria. Fabiana disse que aquela foi a última conversa entre eles. “A nossa despedida momentos antes de tirarem você de mim. Você sempre será o meu super-herói, o meu amor, até depois do fim.” Fabiana Valentim e Kelvynton Oliveira Reprodução De acordo a Polícia Militar, a ação tinha como objetivo recuperar veículos roubados e clonados, cumprir mandados de prisão e retirar barricadas impostas por traficantes. Durante a operação, houve confronto com criminosos armados. O sargento Kelvynton estava há 24 anos na corporação e deixa um filho, além dos pais, idosos, que moravam com ele em Santa Cruz, na Zona Oeste. Eles precisaram de atendimento médico quando receberam a notícia da morte do filho. Em nota, a Polícia Militar lamentou a morte do agente e destacou sua trajetória profissional. Não foi a primeira vez que o sargento foi baleado. Em publicações nas redes sociais, o policial chegou a compartilhar a recuperação de sua décima cicatriz de guerra, provocada por estilhaços de armas de fogo, e dizia que, apesar dos ferimentos, continuaria atuando nas ruas. Kelvynton aparece com curativo no pescoço e fala sobre recuperação após ser ferido por estilhaços Reprodução/ Redes sociais "Essa madrugada fui ferido por estilhaços de tiros de fuzis, será a décima cicatriz proveniente de tiros, mas nada muda pq ainda continuo no jogo. NEM UM PASSO SERÁ DADO PARA TRÁS!!!!" A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) segue investigando o caso. PM é ferido em operação na Vila Aliança 📸Clique aqui e siga o perfil do RJ1 no Instagram ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular!